A língua kikongo, A língua bantu "Kikongo"
Línguas bantu:
Todos os substantivos compreendem uma haste e de um conjunto de prefixos singulares e plural.
MU-NTU (Muntu)
BA-NTU (Bantu)
MU-Zombo (Musi-Zombo, Muzombo, N’zombo) = homem ou mulher originário/a do município de Maquela do Zombo, (Angola) [originalmente: MAKELA MA ZOMBO ]
BA-Zombo (Bazombo, A Zombo) = homens e mulheres originários do município de Maquela do Zombo, província do Uíge (Angola) [originalmente: MAKELA MA ZOMBO - “...Nzé e Lukezo kà tóma sóba ye fwasá e nkumbu zeto...”]
MU-Ana (Muana or Mwana) = filho/filha B-Ana (Bana, Âna) = crianças (filhos e filhas)
Mwana Kongo Día Ntontela Bana Ba Kongo Día Ntontela
Musi Nkusu-Mpete = homem/mulher (nativo/a) da comuna de Nkusu-Mpete no município da Damba, província do Uige (Angola).
Besi Nkusu-Mpete = homens/mulheres de Nkusu-Mpete.
Musi Nkusu-Mpete = homem/mulher (nativo/a) da comuna de Nkusu-Mpete no município da Damba, província do Uige (Angola).
Besi Nkusu-Mpete = homens/mulheres de Nkusu-Mpete.
Maizi ou Mafuta são traduções em Kikongo de óleo. Se primeira palavra pouco se utiliza hoje, senão os anciões, para nova geração, Mafuta é o nome geralmente que se emprega para designar óleo. Para além de ser um nome de produto que serve para preparar a alimentação, Mafuta é um nome muito popular no espaço geográfico correspondente ao antigo Reino do Kongo. Muitos bakongos, sobretudo do sexo feminino, respondem por este apelido.
Como sabemos que nesta sociedade, cada denominação tem o seu significado. Não se atribui um nome a uma pessoa sem causa, neste caso, leva-nos a questionar o significado do óleo na vida de uma pessoa, para que esta, seja designada por Mafuta. Os nomes como Mayamona, Mafwila, Mambwene, Monimambu, N'fwidimawu ou Nginamawu, etc, para quem domina a língua de Nzinga N'kuvu, compreende ràpidamente, o sentido destas palavras. Mas uma pessoa ser chamada óleo, tem sentido?
O Zulunkulu Dokota Zuza Divela ( Pror Dr José Carlos de Oliveira ), o antropólogo "Muzombo Branco", doutorado pela Universidade de Cuimbra, nos esclarece que o nome de Mafuta, não significa de maneira nenhuma, o óleo.
"Mafuta é um nome composto, cuja a frase completa é Mambu ma N'futa, em kikongo pode-se também dizerMANFUTA. Neste contexto, Ma(n)futa como sendo o nome de uma pessoa, ser interpretado por óleo, é um erro, que a geração bakongo actual deve corrigir."
Assim, Mbuta Muntu Zuza Divela, como uma pessoa em kikongo, pode ser chamada Mambu ma N'futa, que em português traduz-se em Problemas selvagens?
"N'futa no kikongo original não significava Selva. N'Futa era designação de uma árvore sagrada, situada na savana, onde esta sociedade ia rezar ou adorar o Nzambi a Mpungu no quadro da religião do NKINSI (ver A origem da palavra NKISI.) , neste sentido, uma criança que nasce ao ser chamada de Manfuta, significa simplesmente," que é uma Criança Sagrada." Conclui o sábio.
Contribuição da língua kikongo para a língua portuguesa.
Exemplo e significado do termo Moleque.
Brasil, Diz-se do menino que vive na rua, garoto, individuo sem compostura ou que não é digno de crédito.
Portugal, Diz-se preto de pouca idade, criado preto Significado do termo moleque (muleke) no meu entendimento
1º A origem do termo vem da lingua Kongo, ou seja o Kkongo: Muanaleke,
2º Durante a época escravocrata, centenas de milhares e milhares de meninos seguiram com suas mães a tremenda situação de escravos. Estes meninos, por vezes eram filhos de notáveis, provocavam pela sua precoce inteligencia, profunda inveja em outros membros da familia menos “espertos” e que desejavam notariedade. O resultado era o rapto e a venda ao Pombeiro, (o que ia comprar PEÇAS, leia-se escravos, permutando-os por arttigos dos brancos.) Este é um assunto muito complicado, naquele tempo todos estavam implicados, NEGROS, MESTIÇOS E BRANCOS.
3º Feita a seleção dos meninos mais inteligentes, eram depois de educados pela mãe que utilizava sempre a lingua materna de permeio com a lingua portuguesa. Ficavam assim a ser prestimosos interpretes nos negócios dos senhores dos engenhos de cana de açucar que os enviavam posteriormente para ANGOLA E KONGO e não só…
4º Daí que o muleke, viesse a ter novo nome: catraio ( que significava o homem que sózinho fazia o contrabando, ou seja o que passou a ser conhecido por Kandongueiro, daí o Ka-igual a pequeno, e Ndongo-canoa.
Quando eu era menino, lá em Angola, há cerca de sessenta anos atrás, aprendi algumas musiquinhas, sem saber que a origem e pronúncia eram brasileiras. Os mais velhos lembrar-se-ão, os versos diziam mais ou menos o seguinte:
Chiquita bacana
Lá da Martinica…
Foi assim que comecei a misturar tudo. O português da antiga 3ª classe, com musiquinha brasileira, vinda longinquamente do Linguará mais o acento pretuguês. Que português era este? Se os puristas fazem tanta questão na sua semântica, porque é que não percebem que o termo Chiquita, deriva de Chiquitano, povo constituído a partir de uma amálgama de grupos indígenas acantonados no século XVII pelas missões jesuíticas? Ao tempo, os Filipes de Espanha governavam também em e mais, o significado do termo linguará pode ser compulsado em dicionários e enciclopédias da língua portuguesa. Encontramos: Linguará , intérprete dos brancos perante os índios e vice versa.
A esta definição podemos acrescentar: linguarado, termo do crioulo da Brava Verde). O mesmo que linguareiro e ainda Chiquitanos, grupo de índios da fronteira do Brasil com a Bolívia, que umas vezes sim, outras vezes não, falam ora o português ora o castelhano e em casa “o tal de Linguará”.
Finalmente afirmo que a luta pelo primor da língua Kikongo, é sumamente importante para estabelecer o rigor atual ( veja-se como graças ao acordo ortográfico se deixou de grafar actual).
É fundamental que os que expresam o bom kikongo assim procedam, mas por favor, pensem bem, o espirito do momento tem de estar presente, lembrem-se do Muleke, que por ser um menino vivo e inteligente houve logo alguém que o apelidou de sem valor, menino sem, se não estou em erro, uma das variantes locais do kikongo é o kisolongo. que riqueza de formas tem a língua kongo.
Espero não ser importuno, a intenção é salientar a capacidade que os kongo têm, desde hà séculos, para permutarem o que for necessário à sua vida, utilizando como grandes poliglotas que são, os termos adequados ao momento.
Quando falamos o Kikongo de hoje, nota-se a importação demasiada de palavras estrangeiras. Como se o kikongo fosse uma língua morta! A nova geração, pouco está intreressada em actualizar este património legado pelos antepassados nossos. Claro existem palavras técnicas, aparelhos domésticos, etc, que a primeira vista, parecem intraduzíveis e introduzimos na nossa línguagem sem preocupar procurar o seu contexto em Kikongo, assim nos acomodámos.
Como o crancro, estas expressões vão destruindo aos poucos a nossa língua. Urge a necessidade de criar mecanismos que permite actualização do Kikongo. Adaptando a nossa língua às novas expressões universalmente reconhecidas.
Analizamos a seguinte frase de kikongo que alguém utilizou recentemente:
"Mbuene muna site ya internet ya muanadamba eh imagem ya vila ya damba".
Tirando as preposições, esta frase é composta por oito (8) palavras das quais, cinco (5) são palavras europeias que são: Site, internet, imagem, vila, damba ( ao invêz de Ndamba). Numa frase de oito palavras contendo 5 cinco palavras estrangeiras, é muito! Se verificarmos bem, são palavras fàcilmente traduzíveis para kikongo
Ao chegar no reino do Kongo, o branco presenta-se como sendo português e veio de um país chamado Portugal. Ràpidamente os nossos antepassados encontraram palavras que interpretavam o pais e a nacionalidade do Mundele. Da palavra Portugal é em kikongo: MPUTULUKALU, por ser longa cortam simplesmente em MPUTU, esta palavra não designa só Portugal mais também o continente Europeu.
Para um Mukongo antigo, todo branco veio do Mputu. Agora vejamos a nacionalidade do mundele: Português em kikongo: MPUTULUKEZU, também cortam e extraíram a última parte, para não confundir com a primeira. O homem português é chamado LUKEZU. Que sabedoria! É inútil vos informar que os nossos antepassados eram analfabetos!
Com o tempo os europeus introduziam na sociedada conguesa aparelhos mecánicos, expressões tecnícas novas, etc, mas os nossos antepassados encontravam sempre as palavras correspondentes em Kikongo.
Salientámos que, no alfabeto Kikongo não existe a letra R. Toda a tradução para Kikongo contendo esta letra, está em princípio, errada.
Carro é traduzido em KALU.
Comboio em LUKALU.
Tractor em MANKALALA
Petróleo em MPITI ou MPITILOYA
Futebol em SOMBA dya MALU.
Hoje, a sociedade Bakongo é composta de muitos intelectuais entre os quais milhares de técnicos médios, licenciados e doutores, que não conseguem adaptar o kikongo no tempo de hoje. Hipocresia ou preguiça intelectual? é difícil responder!
Vamos tentar traduzir em kikongo certas palavras sob reserva de ser corrigidas posteriormente, escolhemos algumas palavras da informática.
Informática em Kikongo é traduzida por NGANGU ZA N'SAMU.
Informação = N´samu.
Notícias = Nsangu.
Computador= TUTU kya N'SAMU ou KOMPUTA.
Rádio = TUTU kya NSANGU ou LADIO
Internet = NZILA a N'SAMU ou ITELENETE.
Blog ou site = FULU kya N'SAMU.
Imagens = NINGA
Linguas derivadas do Kikongo
oi chamado de Kimanianga para os manianga, kimbundu para os bambundu, kimanteke para os bateke, etc mas não são linguas diferentes do Kikongo, mas sim são variantes do Kikongo.
O Kimbundu aparenta não ser variante do kikongo, por isso vou mostrar-vos que é variante do Kikongo: no Kikongo original, terra diz-se ntoto, mas quando uma criança pega num pouco de terra e coloca na boca, diz-se que o muana o didi o mavua ou mavu. Em kimbundu terra diz-se MAVU, podem investigar.
O Kimbundu aparenta não ser variante do kikongo, por isso vou mostrar-vos que é variante do Kikongo: no Kikongo original, terra diz-se ntoto, mas quando uma criança pega num pouco de terra e coloca na boca, diz-se que o muana o didi o mavua ou mavu. Em kimbundu terra diz-se MAVU, podem investigar.
Kalunga, provem do verbo LUNGILA que caber a todos ou ainda estar em toda a parte. Quem esta em toda a parte? É Deus. Em Kimbundu e em umbundu Deus é chamado de Kalunga. Em Kikongo o adverbio de tempo AGORA, diz-se WAU ou LELO. Em kimbundu hoje diz-se lelu. Rato em kikongo é mpuku em kimbundu puku, emitiu-se apenas a letra M. São tantas as palavras que demonstram que o kimbundu é uma variante do kikongo.
A crise de identidade cultural nos bakongos
O colonialismo causou uma crise dentro da nossa cultura bakongo,as consequencias da colonização, continuam a dominar as nossas mentes;Hoje muito jovens nao sabem profundamente sobre a importancia da sua cultura,as vezes vivem mesmo na sede capital do reino do Kongo (Mbanza Kongo),mais nunca se interessam a visitar os locais historicos,nem querem saber a sua verdadeira historia,assim que a sua cultura, então nao conhecem o valor da sua identidade bakongo,as vezes adoptam a identidade estrangeira esquecendo a nossa propria identidade e os principios da nossa cultura.
Muitas da vezes falamos da história dos colonizadores como se fosse base da nossa historia,isto é para desviar as nossas mentes de nao conhecermos o que somos realmente, eles foram os autores das mudancas dos principios bakongo no que diz respeito a religião e a cultura em geral. O colonialismo nao sou dominou, mais jogou um grande papel na mudanca dos principios da cultura dos bakongos,pela mudança dos nossos nomes, para se integrarmos na cultura colonial, este facto é muito visivél na população de Mbanza Kongo!
Muito bakongos nao sabem falar a sua lingua natal, mas sim as linguas adoptadas portugues, frances.....um bakongo que nao sabe valorizar a sua cultura ,mas sim da cultura adaptada, um bakongo que sente o receio de se apresentar como bakongo é um falso bakongo. Essa Crises da identidade traz muitos problemas dentro da nossa comunidade bakongo, então um verdadeiro filho dessa terra kongo, deve ter orgulho de ser chamado bakongo
Temos que voltar antes do colonialismo isso sera a nossa identidade mais integrar ,adaptar e participar no desenvolvimento da nossa sociedade, para que no futuro os nossos filhos conheçam bem da sua cultura e viver com uma verdadeira paz,aproveitando das riquezas dessa terra.
No meu ver, as autoridades devem identificar, localizar e valorizar todos locais que fez a nossa historia em toda região que constituia o antigo reino do kongo, promovendo-os, encorrajando as pessoas a conhecerem da nossa historia tão rica à nivel do mundo, Africa, Angola e dos bakongos em particular! Organizar visitas dos alunos de todas escolas, é um programa pedagogico para ilustrar a historia desse povo bakongo,vai ajudar os professores que ensinam a historia nessas escolas,assim promover o turismo nestes lugares, isto pode a judar obter finanças para reabilitaçao desses locais e pode dar empregos a muitos jovens na região bakongo.
Ambrósio Kuenfilamo "Sou eu"
é muito legal
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